De: "Antônio Fernandes"
Eu, Antônio Fernandes dos Santos, RG nº xxxxxxx, CPF nº xxxxxxxxxx, residente na praça Franklin Delano Roosevelt, nº 168, apto 152 - Consolação - São Paulo - SP, solicito providências do Ministério Público do Estado de São Paulo contra a Prefeitura do Município de São Paulo - Subprefeitura da Sé e Emurb, no tocante à reforma da Praça Roosevelt, que está sendo iniciada possivelmente com um projeto não aprovado pela comunidade que é a "demolição do pentágono", área construída de aproximadamente 5400 m2, situada na praça com teatro grego à céu aberto, destinado a manifestações culturais, construída nos anos 70.
A população se manifestou com abaixo assinado com mais de 3.000 assinaturas à favor da reforma mas contrário à demolição do pentágono.
Atenciosamente,
Antônio Fernandes dos Santos
http://pracarooseveltsp.blogspot.com
2 comentários:
Mesmo depois de tragédias como a do dramaturgo e seu amigo, lembro que é preciso ajustar o foco sobre o que realmente importa. A Praça Roosevelt é, antes de tudo, um edificio de 5 andares sobre uma via expressa,um complexo que funciona, com estacionamentos e suas vias. E os usuários gostam: está com os horários todos programados: skatistas, exposições, desfiles. Mas é no entanto inegável que qualquer edificio abandonado, sem limpeza nem iluminação vira covil de ratos, aranhas e marginais. Como aconteceu há algum tempo com a marquise do Ibirapuera, com o Jardim da Luz e tantos outros lugares publicos abandonados. Porém o que não se explica é a indiferença da prefeitura, que até poderia autorizar, ou licitar, uma administração local, independente, com um conselho local, de moradores e usuários. Um tipo de arrendamento – garanto que apareceriam centenas de interessados! Derrubar milhares de metros quadrados de caríssima construção em nome do preconceito só para fazer o faturamento de alguns grupos financeiros é absuros e so aumentará o caos no entorno do local. Há de fato muito preconceito, dirigido de forma doutrinária. Se fosse um livro já teria sido queimado? É preciso lembrar aos "inimigos da ditadura" que a PRoosevelt foi concebida na ultima prefeitura legitimamente eleita de SP antes da ditadura militar, na gestão Faria Lima. Tem um sem numero de espaços destinados ao público; no setor na Consolação (que foi invadido pela Policia) tem até um anfiteatro, bom para uma escolinha de arte dramática. Mas Paulo Maluf e seus asseclas, que nunca foram capazes de produzir um só pensamento util, deformaram seu uso (fizeram até boite!) e criaram muitos problemas, mas felizmente nenhum sem solução.
A PR é um edificio de 5 andares. Demolir o que? Tudo? Implosão total, 60 mil m3 de concreto em cima da pista da Ligação Leste Oeste? Só para tirar o entulho serão necessários uns 4 anos. E demolir só o pentágono, que tem mais de 5 mil m2, é um ação de extremo perigo, pois a estrutura só tem um unico pilar fixo, o central (TODOS os outros são articulados em coxins). Se estourar UMA viga do teto o conjunto todo desaba em cima da laje do estacionamento, que pode ir caindo até chegar na Via Leste Oeste.
As criticas dessa falsa intelectualidade é cheia de descasos. Descaso pelo que não compreendem, descaso pelo suado dinheiro público (suado pelo contribuinte, é claro), descaso pela verdade, descaso até pela "engenharia". Qualquer edificio abandonado vira covil de marginalidade em pouco tempo. Dê algumas voltas pelo centro, por Campos Elísios, por Santa Efigênia, e verá a que me refiro. Até o Copan quase chegou aí, quase se transformou num São Vito ou num Edificio das Nações. Hoje é patrimonio cultural, tombado pelos intelectuais conservadores, os mesmos que não conseguem compreender conceitos elementares de administração e vitalização de espaços públicos, justamente os que salvaram o Copan da decadencia total. Os olimpicos dogmáticos odeiam o pragmatismo, a unica atitude capaz de cuidar do cotidiano. É claro que lixo e descaso só atraem moscas. E expulsam quem teria o direito do desfrute. Demolir 10 mil m2 de construção com base em preconceitos como o seu nada mais é do que um crime de desperdício de muito dinheiro que bem poderia ser melhor empregado em pintura, conservação, ajardinamento, contratação de pessoal e implantação de uma zeladoria responsável. São Paulo está cheia de exemplos de bom senso prático, seja nas adaptações de velhas fábricas, gasômetros, ou até sobras de terreno transformados em pequenas praças, em vez de depósitos de lixo e imundicie. Uma reforma violenta na Praça Roosevelt poderá prejudicar até o que já foi conseguido pelo pessoal do teatro. É preciso terminar com a arrogância, com os preconceitos e os interesses politicos disfarçados de ressentimento.
Miro Dupas, arquiteto.
NÃO A DEMOLIÇÃO! VIDA JÁ
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